Entenda como a crise afeta os brasileiros e saiba o que fazer

20/09/2009

Matéria publicada no Portal Click21 em 01/11/2008

Por Cadu Bruno 

A crise financeira mundial ganha mais repercussão a cada semana. Bolsas caindo, grandes bancos indo à falência e medo dos Estados Unidos, a maior economia do planeta, entrar em recessão.Quem pensa que o problema atinge apenas grandes investidores e quem aplica na bolsa de valores engana-se redondamente. O consumidor brasileiro já sente os efeitos da crise.

FINANCIAMENTO » O acesso ao crédito é uma das principais dificuldades. Quem planeja financiar a compra de casas, automóveis e eletrodomésticos, por exemplo, já encontra restrições. Até porque, os bancos estão mais cuidadosos na liberação de financiamentos.

PREFIRA COMPRAR À VISTA“Os juros estão mais altos e os prazos menores para quem pretende financiar. Se você tiver condições, deve adiar o financiamento ou comprar à vista”, diz Alcides Leite, professor de mercado financeiro da Trevisan Escola de Negócios.

CARTÃO DE CRÉDITO » Com as parcelas muito mais caras, em razão dos juros, aumenta a exigência de renda e as classes com menores ganhos vão sendo prejudicadas. Como conseqüência da crise internacional, o brasileiro hoje paga mais no cheque especial, no cartão de crédito e no empréstimo bancário.

PRAZOS DE PAGAMENTO » Até meses atrás, o consumidor podia comprar um carro em 72 meses. Hoje já não é possível encontrar tamanha oferta. “Estamos vivendo a fase aguda da crise. Em janeiro, os juros devem voltar ao mesmo patamar de tempos atrás”, explica Alcides.

As instituições diminuíram os prazos de pagamento. Para aquisição de veículos, o total de parcelas caiu de 72 para 60 meses.

AGIR COM PRUDÊNCIAA maioria dos analistas diz que enquanto o mercado financeiro internacional não se acalmar, os consumidores devem agir com prudência.

Com o aquecimento do mercado imobiliário brasileiro e a alta no preço dos imóveis, os financiamentos de longo prazo estão atraindo compradores. Mas uma crise longa e forte pode dificultar o cumprimento dos compromissos assumidos, assim como aconteceu nos Estados Unidos. Tal efeito pode gerar uma crise de confiança no sistema nacional e obrigar que o governo tenha que intervir.

DESEMPREGO » Para Andrew Frank Storser, diretor executivo da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o desemprego também pode atingir a população brasileira no médio prazo. “A queda no nível de investimento das empresas pode ser um problema. Se cair a demanda pode haver algumas demissões”, afirma.

PRODUTOS IMPORTADOS » A alta do dólar já não preocupa tanto os economistas. Entretanto, é bom abrir o olho com a alta dos produtos importados. “Eles devem sofrer um reajuste natural”, diz Andrew Storser.

PÃO » “O pão pode ficar mais caro devido ao preço do trigo. Mas acredito que o dólar volte ao patamar dos R$ 2 dentro de pouco tempo”, prevê Alcides Leite.